Trabalhadora doméstica e cadela são atacadas por cão de grande porte, e dona do animal sai sem prestar socorro; VÍDEO
17/09/2025
(Foto: Reprodução) Mulher e cadela são atacadas por cão de grande porte
Uma trabalhadora doméstica e a cadela da patroa dela foram atacadas por um cachorro de grande porte no bairro das Graças, na Zona Norte do Recife (veja vídeo acima). Imagens enviadas ao g1 registraram quando o cão da raça Akita, que andava sem focinheira, mordeu o outro animal e a empregada mesmo sendo puxado pela tutora, que mora num prédio próximo.
Ao g1, Maria Marlene da Silva, de 63 anos, contou que ficou machucada no peito e na mão esquerda. Já a cachorrinha Adele, que é da raça Jack Russel, foi atingida na cabeça. Segundo ela, depois que conseguiu segurar o cão, a dona do animal foi embora sem prestar socorro.
✅ Receba no WhatsApp as notícias do g1 PE
A vítima disse que prestou um boletim de ocorrência na Delegacia do Espinheiro, também na Zona Norte da cidade, e fez exame de corpo de delito, nesta terça-feira (16), no Instituto de Medicina Legal (IML), no Centro da capital pernambucana.
"Fiquei muito nervosa. [...] Eu, agarrada com Adele e ela também agarrada com o cachorro dela, dizendo: 'segura a cachorra, segura'. Eu disse: 'eu estou segurando'. Mas, na hora, a gente fica nervosa, a gente não vê. Depois é que a gente fica pensando no que aconteceu. Eu disse a ela: "Não é comigo, é com Adele que eu não queria que acontecesse isso", afirmou.
O caso aconteceu na tarde da segunda-feira (15), na Rua do Cupim. Nas imagens, gravadas às 16h57 por uma câmera de segurança do prédio onde Maria Marlene trabalha, é possível ver a trabalhadora passeando com Adele e outra cadela da patroa.
Logo depois, duas mulheres se aproximaram: uma senhora, que passeava com o Akita, e a filha dela, que andava com outro cachorro. Elas começaram a falar com Maria Marlene. De acordo com a trabalhadora, as vizinhas foram reclamar porque a empregada havia deixado o saco com o cocô num canto da calçada próximo ao prédio onde ela trabalha.
"Peguei o saquinho de cocô e botei lá no cantinho onde o zelador varre de tarde e de manhã e retira. Aí ela pegou o saquinho e disse assim: 'vou levar para casa, porque eu e meu padrasto faz assim'", afirmou Maria Marlene.
Foi nesse momento que o cão avançou em Adele. Na tentativa de salvar a cadela, a trabalhadora também foi atacada. Quando conseguiu afastar a cachorrinha, a empregada se abaixou para ver como ela estava e se sentou no meio-fio. Depois disso, as mulheres deixaram o local.
"Estava muito nervosa, eu me sentei. Ela pegou, mandou eu ir embora: 'vai se embora, vê onde é que você vai entrar'. Mas eu disse: "É aqui nesse prédio que eu trabalho", contou.
Cão da raça Akita ataca trabalhadora doméstica e cadela em rua do Recife
Reprodução/WhatsApp
Cachorro sem focinheira
A patroa de Maria Marlene, Penha Monteiro, disse que não conhecia a dona do cachorro que atacou a trabalhadora doméstica. Segundo ela, a empregada foi atendida por um médico amigo da família e não precisou ser hospitalizada.
Já a cadela teve febre e foi levada a um veterinário, onde passou por um procedimento a laser. As duas tomaram vacina contra raiva.
"Ela [a dona do cachorro] sabia onde a gente morava. Nem (apelido de Maria Marlene) ficou passando mal, sentou-se no chão, ela não ajudou em nada. À noite ela poderia ter ido à minha casa saber como duas estavam, falar que o cachorro tinha até vacina um dia. Ela não fez nada disso", afirmou.
Segundo Penha, a mulher mais nova que andava com o outro cachorro foi identificada como Amanda Lucena, nome que consta no boletim de ocorrência. Já o nome da mãe dela, que passeava com o Akita, não foi descoberto.
A patroa de Maria Marlene falou que conseguiu ir até o prédio onde elas moram e conversou com a mulher. "Eu disse: 'não é só uma questão de pagar, é uma questão do seu cachorro andar com focinheira. Se você tem um cachorro bravo, você tem que usar uma focinheira'", contou.
Em Pernambuco, o uso de focinheira é obrigatório para cães de raças de grande porte, como pitbull e Rotweiller, ou que tenham histórico de agressividade, conforme a Lei 17.513, de 2021. Os tutores que descumprirem a norma estão sujeitos a ter o animal apreendido e levado a uma casa de acolhimento.
O g1 entrou em contato com a Polícia Civil, mas, até a última atualização desta reportagem, não obteve resposta.
VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias